Leia mais para descobrir como a logística reversa e a sustentabilidade podem realmente gerar lucro potencial para a empresa, ajudar o meio ambiente e garantir um futuro melhor.
O que é logística reversa?
Os 5 R’s da sustentabilidade está se tornando cada vez mais uma tendência na nossa sociedade. O ser humano está percebendo que os nossos recursos naturais, utilizados para produção de produtos que utilizamos no dia a dia, são finitos. Dessa maneira, tem crescido a preocupação com o futuro do nosso planeta até mesmo no ramo empresarial.
Seguindo essa ideia, logística reversa refere-se ao monitoramento do ciclo de vida de seus produtos depois que eles chegam ao consumidor final. Isso pode incluir como seu produto pode ser reutilizado, como deve ser descartado adequadamente após o uso, e qualquer outra maneira em que seu produto vencido possa criar valor.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a logística reversa passou a vigorar em 2010 e foi regulamentada devidamente, no ano de 2017, através do Decreto Lei número 9177. Segundo essa política, a logística reversa pode ser definida como “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
Também entra como definição de logística reversa qualquer processo ou gerenciamento após a venda do produto. Se o produto estiver com defeito, o cliente retornará o produto. A empresa de fabricação teria então que organizar o envio do produto defeituoso, testando o produto, desmontando, reparando, reciclando ou descartando o produto. O produto viajaria ao contrário pela rede da cadeia de suprimentos, a fim de reter qualquer uso do produto defeituoso.
E se o seu cliente receber um pedido incompleto? E se eles sentirem que o item solicitado não corresponde à descrição do produto? Ou se o cliente mudar de idéia sobre a compra? Nos três cenários prováveis, o retorno do seu produto também é qualificado como logística reversa.
Logística reversa nas empresas
A implantação do sistema de logística reversa é mais um elemento rumo ao desenvolvimento sustentável do planeta, pois possibilita a reutilização e redução no consumo de matérias-primas e colabora com a sustentabilidade empresarial.
Dessa forma, as empresas e indústrias brasileiras se viram na obrigação de desenvolver projetos voltados à logística reversa. A Lei 12.305/2010 obriga os fabricantes e distribuidores a recolher as embalagens usadas. Hoje em dia, já não basta reaproveitar e remover os refugos do processo de produção. O fabricante é responsável por todas as etapas até o fim da vida útil do produto.
As empresas têm se esforçado para reintegrar os resíduos nos processos produtivos originais, minimizando as substâncias descartadas na natureza e reduzindo o uso de recursos naturais. Fabricantes de bebidas, por exemplo, têm gerenciado o retorno das garrafas desde os pontos de venda até os centros de distribuição.
Em uma pesquisa feita com a cadeia de suprimentos de cervejas e refrigerantes, em que os integrantes terceirizaram o processo de coleta e retorno de embalagens usadas para reciclagem, foi obtida uma economia anual de mais de US$ 11 milhões.
No caso do produto devolvido pelo cliente, é basicamente uma venda perdida. Portanto, os varejistas precisam maximizar o valor desse ativo devolvido e precisam fazê-lo rapidamente, para não prejudicar seus resultados financeiros. Por exemplo, mais de 70% dos produtos devolvidos no setor de eletrônicos de consumo e de alta tecnologia não têm nada de errado com eles. Quanto mais rápido esses produtos puderem ser reembalados, colocados em estoque e disponibilizados para venda, mais rapidamente essas empresas poderão recuperar seu valor.
Outro exemplo, são as empresas fabricante de pneus que recebem de volta seus produtos já usados. O consumidor, após usar os pneus, deverá encaminhá-los a postos de coleta específicos (que podem estar instalados no comércio onde ele adquiriu), onde serão retirados pelo fabricante. O fabricante utiliza estes pneus usados, após passar por determinados procedimentos, na linha de produção de pneus novos ou outros produtos.
Desta forma, a logística reversa e a sustentabilidade impedirá que estes pneus sejam descartados em rios ou terrenos, poluindo o meio ambiente.
Principais produtos reaproveitados:
– Pneus de automóveis, caminhões, bicicletas, etc.
– Pilhas e baterias.
– Embalagens e resíduos de agrotóxicos.
– Lâmpadas fluorescentes, de mercúrio e vapor de sódio.
– Óleos lubrificantes automotivos.
– Peças e equipamentos eletrônicos e de informática.
– Baterias de automóveis elétricos e híbridos.
– Medicamentos vencidos
– Eletrodomésticos (geladeiras, fogões, micro-ondas, freezers, etc.).
Logística reversa e sustentabilidade
O manuseio eficaz das mercadorias devolvidas não é bom apenas para os negócios. Também é bom para o planeta. A logística reversa está intrinsecamente alinhada à sustentabilidade ambiental.
Quando as empresas maximizam toneladas por milha, consolidam remessas, reduzem retornos e otimizam a disposição do produto e os processos de recuperação de ativos, reduzem simultaneamente as emissões nocivas e o uso de energia, enquanto aumentam a lucratividade e a utilização de ativos.
O manuseio e descarte de produtos, componentes e embalagens são uma preocupação crescente para muitas empresas. Na União Européia, o WEEE (Resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos) e o RoHS (Restrição de substâncias perigosas) restringem o uso de substâncias perigosas em equipamentos elétricos e eletrônicos e fornecem sua coleta, reciclagem e reutilização. Leis semelhantes estão em desenvolvimento nos Estados Unidos e em outros países. Em vez de transportar produtos para aterros, as empresas estão recuperando o valor dos ativos por meio de uma variedade de outros caminhos, como retorno a estoque, doações, vendas no mercado secundário e reciclagem.
Algumas empresas têm metas de aterro zero e se esforçam para trabalhar com um parceiro de logística que pode fornecer reciclagem e descarte adequados dos produtos devolvidos. Uma estratégia de co-localização como a descrita anteriormente apóia ainda mais a redução da pegada de carbono e as metas de sustentabilidade corporativa por meio de menos milhas de transporte, menor consumo de combustível em veículos e menor produção de carbono na construção.
Uma cadeia de suprimentos mais ágil também diminui a obsolescência do produto e reduz os níveis totais de estoque. Uma estratégia eficaz de logística reversa é realmente o processo final de reciclagem.
Ao desbloquear o valor oculto da logística reversa, as empresas podem gerenciar seus resultados, melhorar a competitividade e operar de maneira mais sustentável. É realmente o que todos nós precisamos para um futuro melhor.