O governo da França anunciou em julho o pagamento de um bônus para moradores que queiram consertar peças de roupas ou calçados danificados. O programa, que entrará em vigor em outubro, prevê o desconto de 6 a 25 euros sobre o reparo das peças — algo em torno de R$ 30 a R$ 134.
O anúncio foi feito pela secretária de estado da Ecologia do país, Bérangère Couillard, em visita a um centro de moda sustentável em Paris, informou o jornal “Le Monde“. A previsão é de que os descontos sejam aplicados diretamente na fatura do serviço.
De acordo com uma tabela divulgada pela secretária, parte da divisão de consertos patrocinados pelo governo será da seguinte forma:
- costurar um furo: 7 euros;
- mudar um salto: 7 euros;
- colar uma sola de sapato: 8 euros;
- forrar uma roupa: até 25 euros.
Bérangère Couillard explicou que os serviços serão financiados por um fundo de 154 milhões de euros (cerca de R$ 830 milhões) constituído a partir dos impostos pagos pelo setor têxtil. O montante reservado deve valer para os próximos cinco anos.
“Financiado pela contribuição dos fabricantes do setor, este auxílio reduzirá o custo de seus reparos. A partir de outubro, será mais fácil consertar suas roupas e sapatos do que comprar novos”, escreveu a secretária em sua conta no Twitter.
Por que o governo da França irá pagar pelos reparos?
O principal objetivo do programa é diminuir o desperdício no país. De acordo com a secretária Bérangère Couillard, a estimativa é de que 700 mil toneladas de roupas são jogadas fora por ano na França — desse total, cerca de 466 mil toneladas acabam em aterros sanitários.
O jornal britânico “The Guardian” informou que a secretária de Ecologia convidou todas as oficinas de costura e sapateiros do país a aderirem ao projeto, que será gerido pela organização Refashion.
“O objetivo é apoiar quem faz reparos”, disse Couillard durante visita em Paris. Isso encorajaria oficinas e varejistas a oferecer serviços de reparo com “a esperança de recriar empregos”, continuou.
O projeto faz parte de um esforço mais amplo do governo francês, iniciado no final do ano passado, para reformar a indústria têxtil, considerada uma das mais poluentes do mundo.
No país, lojas de roupas e têxteis também devem trazer nos rótulos informações do material usado e o país onde o item foi produzido e fabricado.
Esse artigo foi originalmente escrito por André Catto, g1. Leia o original.