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Queimadas: quais são suas causas e consequências?

queimadas

As queimadas são práticas usadas geralmente para limpeza e preparação de solo, realizadas tanto em áreas de florestas como em áreas de pastagens, sendo mais comuns na zona rural. Elas ocorrem para diversas finalidades e podem ser causadas por fenômenos naturais ou por ações do ser humano.

Tipos de queimadas

Primeiramente, ao falarmos sobre queimadas precisamos entender que existem dois tipos de queimadas: as naturais e as antrópicas (ou artificiais).

Naturais 

As queimadas naturais são incêndios que ocorrem em decorrência de ações da própria natureza. Elas são ocasionadas geralmente devido a queda de raios ou devido ao tempo muito seco, temperaturas altas e baixa umidade. O vento e a falta de umidade no ar podem fazer com que fagulhas surjam naturalmente causando incêndios que podem acabar tomando grandes proporções. 

Antrópicas 

Já as queimadas antrópicas são aquelas iniciadas devido a ações dos seres humanos. Esse tipo de queimada pode ser ou não intencional e pode ocorrer por diversos motivos, como:

  • limpeza de terreno para a expansão da fronteiro agrícola;
  • pessoas que descartam bitucas de cigarros de forma incorreta; 
  • restos de fogueiras de acampamentos;
  • queima de lixo em áreas próximas a florestas.

É importante mencionar que, de acordo com a lei nº 12.651, de 12 de maio de 2012, esse tipo de queimada é considerado um crime ambiental. Segundo o artigo 38 da lei, é proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:

I – em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle;

II – emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo;

III – atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama.

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Consequências das queimadas

Primeiramente, devemos ter em mente que nem sempre as queimadas são ruins. Na verdade, as queimadas naturais e controladas, podem trazer alguns benefícios para biomas como o Cerrado brasileiro. Alguns ecossistemas como o Cerrado precisam do fogo para a renovação de matéria orgânica e para a germinação de algumas sementes, além de ser importante para algumas espécies de plantas. Mas lembrando que isso é somente quando as queimadas ocorrem de forma natural, ou de forma manejada por especialistas, pois ocorre em épocas específicas e em locais específicos que já estão adaptados e precisam do fogo.

O principal problema acerca das queimadas é quando elas acontecem decorrentes da ação antrópica. Infelizmente, hoje a maioria das queimadas são provocadas pelo homem e, nesse caso, elas causam consequências graves tanto para o meio ambiente quanto para os seres humanos.

As principais consequências são:

  • emissão de gases poluentes para atmosfera contribuindo para o agravamento do efeito estufa e o aquecimento global;
  • desertificação e outros processos de degradação do solo;
  • destruição do habitat de muitas espécies e consequentemente perda de biodiversidade;
  • aumento de problemas e doenças respiratórias nos seres humanos causados pela fumaça;
  • destruição de casas e propriedades perto do local do incêndio.

Queimadas no Brasil

De acordo com o MapBiomas, um projeto que promove o mapeamento anual de cobertura e uso da terra do Brasil, nos últimos 36 anos o Brasil queimou anualmente uma área maior que a da Inglaterra: foram 150.957 km² por ano, o que equivale a 1,8% do país sendo que 65% do total da área queimada foi de vegetação nativa. Mato Grosso foi o estado que apresentou a maior ocorrência de fogo, seguido pelo Pará e Tocantins. 

O bioma brasileiro mais afetado pelos incêndios foi o Pantanal. Segundo o MapBiomas, 57% de seu território foi queimado pelo menos uma vez entre 1985 e 2020. O Cerrado e a Amazônia também são bastante afetados pelos incêndios. Juntos, eles representam 85% da área queimada nesses últimos 36 anos. Estima-se que entre 1985 e 2018, a Amazônia já perdeu para o desmatamento e as queimadas mais de 720 mil km² de cobertura vegetal.

Queimadas no mundo

No mundo diversos países também precisam lidar com o problema das queimadas. Áreas como a costa oeste dos Estados Unidos e a Austrália são constantemente afetadas por incêndios florestais que, na maioria das vezes, saem do controle e causam diversos danos como a morte de pessoas e animais.

Em 2018 um incêndio de grandes proporções atingiu o sul da Califórnia nos Estados Unidos. O fogo estendeu-se por uma área de mais de 500 mil km2 e o incêndio foi reportado como sendo o maior da história naquele estado.

A Austrália também tem sofrido com queimadas de grandes proporções que saem do controle. A maior parte do território australiano possui clima semiárido e desértico, ambiente com forte tendência para incêndios. Entre 2019 e 2020, a Austrália sofreu uma das mais intensas temporadas de incêndio do país, foram mais de 115 mil km² de áreas queimadas. De acordo com estudos feitos por universidades australianas, os incêndios afetaram mais de 3 bilhões de animais, além de terem causado a morte de dezenas de pessoas e a destruição de mais de 3 mil casas.

Como combater as queimadas? ​

Obviamente, a melhor solução para combater as queimadas é não provocar queimadas. Mas sabemos que, infelizmente, as coisas não são tão fáceis e simples assim.

Por isso, como a maior parte dos casos de incêndios florestais é causado, intencionalmente ou não, pela ação humana, a melhor solução para combater e evitar queimadas é a prevenção e a conscientização da população. 

É preciso investir em programas de monitoramento e controle de queimadas e melhorar os que já existem. Devemos cobrar o governo pela implantação de planos de ação para o combate aos incêndios florestais, além do financiamento de equipamentos para o controle dos incêndios.

Além disso, algumas mudanças de hábitos podem contribuir para a prevenção de incêndios florestais:

  • Evitar descartar bitucas de cigarros em áreas de vegetação; 
  • Não queimar em áreas próximas a matas e canaviais;
  • Não colocar fogo em lixo, pois as faíscas podem ser levadas pelo vento e acabar causando incêndios;
  • Evitar plantar próximo da rede elétrica;
  • Fazer aceiro (faixas ao longo das cercas livres de vegetação da superfície do solo) com grade ou enxada para que o fogo não se alastre para outros locais;
  • Não fazer queimadas próximo da rede elétrica.

Caso encontre focos de incêndio e queimadas, chame o Corpo de Bombeiros através do número 193 e a Polícia Militar pelo telefone 190.

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