Em novembro teve o início a COP-27 que é a 27ª Conferência do Clima, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento com duração de duas semanas está sendo sediado em SharmEl Sheikh, no Egito, e promete levantar questões e elaborar propostas importantes que abrangem o meio ambiente.
Nesta edição, a conferência terá a participação do Brasil com a presença do futuro presidente Lula. Vem entender sobre o que trata este evento tão importante para o planeta.
O que é a COP-27?
O termo COP vem de uma sigla em inglês que significa “Conferência das Partes”. Esta é uma referência a um pacto ambiental da ONU ocorrido na década de 1990 entre 197 nações.
A conferência é realizada anualmente desde 1995 e tem como principal objetivo reunir líderes, cientistas, ativistas, especialistas e diplomatas do mundo inteiro para discutir e elaborar soluções para as crises climáticas. Veja algumas das ações mais marcantes formalizadas na COP ao longo dos anos:
- Cop-3 (1997): foi inaugurado o Protocolo de Kyoto, um acordo entre os países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2012;
- Cop-13 (2007): Os países que não assinaram o Protocolo de Kyoto criaram o Mapa do Caminho. É um acordo firmado voluntariamente que visa reduzir as emissões de carbono na atmosfera;
- Cop-15 (2009): Os países desenvolvidos formalizaram um auxílio anual de 10 bilhões de dólares aos países em desenvolvimento, para mitigarem os efeitos das alterações climáticas. Em 2020, o valor do auxílio aumentou para 100 bilhões de dólares;
- Cop-21 (2015): foi estabelecido o Acordo de Paris, com a meta de limitar o aumento da temperatura média mundial a 1,5°C;
- Cop-23 (2017): O Canadá e o Reino Unido anunciaram a Powering Past Coal Alliance, um pacto com o objetivo de eliminar a utilização do carvão como combustível fóssil até 2050.
Neste ano, em sua 27ª edição, a COP acompanha altas expectativas em um cenário de guerra russo-ucraniana, aquecimento global e pós-pandemia.
O que será debatido na COP-27?
Na COP-27, os principais temas em pauta serão financiamento, mitigação, adaptação climática e perdas e danos. Em 2022, um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas analisou quais aspectos seriam definidos na conferência. Acompanhe abaixo os tópicos de maior relevância:
Aquecimento Global:
O que acontecerá se a temperatura da Terra subir 2°C? Já foi confirmado que os esforços atuais dos países não serão suficientes para evitar que a temperatura geral do planeta aumente. Há uma expectativa de que os países do Pacto de Glasgow revejam seus planos sustentáveis e climáticos.
Emissão de gases:
Todos os 200 países participantes da Conferência devem elaborar maneiras de reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e impedir o aquecimento.
Preparação para a mudança de clima:
Não só planos para evitar são necessários, como também são vitais os planos de adaptação ao novo clima. Muitos países do mundo já enfrentam questões de seca e aumento do nível do mar. Dessa vez, eles precisam refletir sobre como vão proteger a população de maiores incidentes e aumentar o orçamento para a segurança, que historicamente é baixo.
Compensar países já afetados:
O aquecimento global não é algo novo. Desde que mudanças climáticas foram causadas pelo homem com a industrialização, a temperatura do planeta terra não é mais a mesma. Por conta disso, centenas de países já foram afetados e precisam de apoio para reparar os danos causados. Existem ilhas povoadas que podem até deixar de existir com o aumento do nível do mar. A conferência deve abordar mais nesse assunto que não é muito falado.
Financiamento climático:
Esse tópico visa reportar a falta de investimentos prometida pelos países desenvolvidos em 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a se preparar para mudanças climáticas. O acordo de 100 bilhões de dólares não foi cumprido, então esse tópico deve ser bem forte esse ano.
Guerra na Ucrânia:
Essa é outra questão extremamente complexa para o cenário político-internacional, e abrange também a questão ambiental. Antes da guerra, a Rússia abastecia 40% do gás usado na Europa. Com o corte, os países europeus compensaram a falta de gás com uso de fontes de carvão, um dos maiores emissores do efeito estufa. Com essa falta de fornecimentos, é esperado que esses países passem a investir em opções mais sustentáveis e renováveis de energia, um lado positivo que deve ser explorado no evento.
A importância da COP-27
Em um cenário complexo politicamente, não é esperado que a COP desse ano seja um sucesso. Mas também não deve negar sua importância.
As conferências no Egito serão vitais para garantir a elaboração de planos e relações estreitas que permitam avanços de investimento ambientais entre países. O Brasil tem se destacado pelo seu potencial verde com a Floresta Amazônica e apresentação de matriz energética limpa.
Na Cop-26, do ano passado, foi formalizado o Pacto de Glasgow. Além dele definir os pontos do Acordo de Paris, ele impulsiona que diminuam o aquecimento global em 1,5°C até 2050, reduz emissões de CO2 em 45% até 2030 e acelera a transição energética para fontes limpas. Uma edição bem marcante e a primeira feita desde 2019, já que a de 2020 foi cancelada por conta da pandemia. Clique aqui e saiba tudo sobre a COP-26!